Trago este texto que é uma revisão da Universidade
de Medicina Dental de Columbia que está disponível em inglês no site da colgate.com:
Comunicando com o seu dentista
Falar com o seu dentista é a chave para diminuir a angústia ou medo. A
odontologia moderna pode ser quase indolor. Portanto, vale a pena conversar com
seu dentista sobre seus medos e as possíveis opções de tratamento.
Você pode se sentir mais no controle se tomar parte nas decisões sobre o
seu tratamento e isso pode ajudá-lo a se sentir menos ansioso. Seu dentista
deve discutir com você todos os procedimentos que você pode precisar. Você pode
ser capaz de realizar vários procedimentos em um mesmo momento ou executar uma
série de intervenções mais curtas. Peça ao seu dentista para lhe descrever os
tipos de controle da dor disponíveis. Em seguida, decidam juntos o tratamento
mais adequado.
Para muitas pessoas é importante saber o que está acontecendo e o que
está por vir. Peça ao seu dentista para explicar o que está
acontecendo em todas as fases do procedimento. Quando você sabe o que o dentista
está prestes a fazer a seguir é possível um preparo mental e assim diminuem os
sustos e a expectativas negativas.
Por outro lado, algumas pessoas podem se sentir menos ansiosas quando não
sabem o que está acontecendo. Se isto é verdade para você, explique para o seu
dentista que prefere que ele prossiga sem dar muitas explicações. Ele ou ela devem estar dispostos a adaptar-se a seus desejos sempre
que possível.
Outra técnica útil na interação com seu dentista é criar uma comunicação
não verbal. A ideia de não poder falar sobre a intensidade da dor durante os
procedimentos pode ser angustiante. Uma das formas simples de resolver isso é
criar um código com seu dentista que pode ser um sinal com a mão que indica que
está sentindo dor além do normal. A ideia é fazer o profissional interromper o
procedimento e averiguar o que está acontecendo. Outro sinal pode ser apenas de pausa para que você possa enxaguar
a boca ou simplesmente recuperar o fôlego por alguns
segundos. Isto pode fornecer uma sensação
maior de controle e aumenta a confiança no profissional.
O importante nos casos de
ansiedade ou medo é admitir isso e criar um vínculo seguro com o profissional.
Não sinta vergonha de discutir seus medos. Lembre-se que você não está sozinho.
Os receios não são incomuns. Uma vez que seu dentista sabe quais são os
problemas, ele será mais capaz de encontrar soluções viáveis.
Distração
Uma maneira de reduzir o estresse
durante uma consulta odontológica é tentar distrair-se com algo mais agradável.
Alguns dentistas fornecem fones de ouvido para que você possa ouvir música, ou
você pode levar o seu próprio aparelho. Um crescente número de dentistas usam
óculos de realidade virtual que permitem que você veja imagens e escute e sons
realistas. Esta pode ser uma distração bem-vinda nos casos de ansiedades menos
intensas.
Controle da Dor
As pesquisas apontam que o medo
da dor é a principal razão das pessoas evitarem a visita ao dentista. Mesmo
aqueles que agendam consultas regulares citam o medo da dor como sendo um
problema significativo.
Nos últimos anos os dentistas têm
desenvolvido uma grande variedade de medicamentos e técnicas para lidar com a
dor. Podem reduzir ou eliminar a dor durante a maioria dos procedimentos. Estes
procedimentos incluem anestésicos tópicos para área da boca ou gengiva antes da
injeção de um anestésico local; brocas laser que podem causar muito menos dor
do que os modelos mecânicos convencionais.
Outro método menos utilizado é a
anestesia eletrônica que pode ser utilizada como uma alternativa à injeção de
anestésico local. Neste caso o dentista coloca eletrodos nas bochechas que transmitem
uma corrente elétrica entorpecente na mandíbula. Alguns pacientes relatam que a
anestesia eletrônica é mais eficaz do que os medicamentos, porém é um
procedimento menos utilizado nos consultórios.
Para os casos mais graves onde o
procedimento é mais urgente e não existe preparo psicológico do cliente que
possui fobia ou pânico é possível recorrer a estimulação cerebral
com eletroterapia, que é uma outra forma de anestesia eletrônica onde a eletricidade
passa para o cérebro e faz você se sentir relaxado e "pesado". Neste
caso é possível controlar a intensidade da corrente aumentando ou diminuindo conforme
necessário para controlar a dor. Este é um método utilizado nos EUA, ainda
pouco difundido no Brasil.
O óxido nitroso (gás hilariante) é
uma das formas mais comuns de controle da dor na prática clínica. O gás pode
fazer você se sentir relaxado ou mesmo eufórico. Os efeitos acabam rapidamente quando
o gás é desligado. O óxido nitroso é normalmente utilizado como um recurso a
adicional as estratégias convencionais e não como um substituto.
Outro recurso para casos mais
graves de medo é a sedação endovenosa. Esta técnica é geralmente reservada para
os pacientes que estão tendo extensos procedimentos odontológicos ou se você
simplesmente apresenta sintomas elevados de ansiedade como taquicardia,
respiração ofegante, vertigens ou até desmaios. Um tranquilizante é injetado em
uma veia em sua mão ou braço. Você vai estar acordado, mas profundamente
relaxado.
Em último caso ainda é possível
recorrer a anestesia geral se o procedimento realmente for importante e o
cliente não consegue enfrentar seus medos. Isso significa que você vai ser colocado
para dormir durante todo o processo. Alguns dentistas têm o equipamento e
pessoal para realizar a anestesia geral no consultório, mas o mais indicado é
que seja feito no hospital com equipe especializada, pois efeitos secundários
graves podem ocorrer. Estes podem incluir quedas na pressão arterial ou
batimentos cardíacos irregularidades (arritmias). Por esta razão, a anestesia
geral só deve ser utilizada quando outras formas de sedação ou controle da dor
não são suficientes e para casos específicos.
Técnicas de Relaxamento
Métodos terapêuticos podem ser
treinados previamente aos procedimentos dentários. A psicologia possui
ferramentas eficazes para reduzir a ansiedade e o medo, porém é necessário que
o cliente aprenda a técnica psicológica e agende seu procedimento dentário quando já
está sentindo benefícios psicológicos. Desta forma sente que consegue controlar
a ansiedade e consequente sentir menos dor por estar mais relaxado.
As técnicas de relaxamento
funcionam porque regulam uma série de substâncias químicas no corpo. Quando
você está tenso ou preocupado seu corpo libera substâncias químicas relacionadas
ao estresse, como a adrenalina. Estas substâncias causam uma série de respostas
físicas desconfortáveis. Os seus músculos se contraem e você respira mais
rápido. Os receptores de dor no cérebro se tornam mais sensíveis.
Estudos têm demonstrado que as
técnicas de relaxamento podem ajudar a reduzir os níveis de hormônios do
estresse, bem como dor e ansiedade. As pessoas que praticam estas técnicas muitas
vezes descobrem que suas respostas de medo diminuem ao longo do tempo.
Há muitos tipos de técnicas de
relaxamento. Alguns dos mais eficazes incluem:
Imaginação
guiada - Esta é uma técnica mental simples. O psicólogo ajuda a imaginar ter
uma experiência agradável ou estar em um local tranquilo. A ideia é criar o máximo
de detalhes mentais para acontecer uma distração realmente intensa que permita
a execução dos procedimentos em segundo plano.
A
respiração profunda - Esta técnica envolve a respirar lenta e profundamente. É
também chamada de respiração diafragmática. A respiração profunda inunda o
corpo com oxigênio e outras substâncias químicas que relaxam o sistema nervoso
central e ajudam a reduzir o desconforto.
O
relaxamento progressivo – Esta é uma técnica que pode associar imaginação guiada
e respiração profunda. É uma forma consciente de conduzir o relaxamento de
todos os músculos do corpo. Pode ser iniciado com os dedos dos pés e seguir
para todo o corpo até a cabeça ou vice- versa. O relaxamento progressivo reduz
a tensão muscular, o que pode ajudar a reduzir a dor. Entretanto é necessário
disciplina para executar o procedimento regularmente, pois só terá um efeito
intenso com a condução de um profissional e/ou a repetição semanal.
Sedação
Sedativos, tais como o diazepam (valium)
relaxam o sistema nervoso central. Isto é diferente de analgésicos, que
bloqueiam a dor. Sedativos ajudam as pessoas a se sentirem mais calmas e mais
relaxadas.
Dentistas muitas vezes evitam
sedativos orais, porque eles geralmente levam cerca de 30 minutos para o trabalho. Os efeitos secundários tais como sonolência, podem durar horas. No
entanto, um dentista ou médico, podem prescrever sedativos como parte de um
plano global de tratamento.
Hipnose
Esqueça a imagem de Hollywood de
alguém perder a consciência, enquanto olha para um relógio balançando. A
hipnose é simplesmente uma técnica que cria um profundo estado de relaxamento.
Os efeitos da hipnose são semelhantes aos efeitos de meditação.
Muitos terapeutas praticam a
hipnose, e alguns dentistas estão familiarizados com a técnica. A auto-hipnose
é eficaz para pessoas treinadas. No entanto, algumas pessoas obtêm melhores
resultados quando trabalham com um profissional qualificado. Algumas pessoas
com fobia pedem aos seus terapeutas para irem com eles para o consultório
do dentista até que dominem as técnicas por conta própria.
Acupuntura e Acupressão
A acupuntura se originou na China
mais de 4.000 anos atrás. Esta forma de medicina envolve inserção de agulhas em
determinados locais, chamados de pontos de acupuntura. Pesquisas demonstram que
a acupuntura pode ajudar o corpo a liberar endorfinas que aliviam a dor e
ansiedade. Uma técnica relacionada é acupressão. Em vez de agulhas, a pressão é
aplicada para os acupontos. A acupuntura está se tornando mais comum em
medicina geral. Por enquanto, é uma raridade entre os dentistas. Essa é uma abordagem que ainda sofre preconceitos no ocidente.
Terapia
Psicólogos e psiquiatras costumam
usar uma técnica chamada dessensibilização sistemática para superar uma fobia.
Os pacientes são expostos de forma gradual, controlada e cuidadosa, às
situações que eles temem. Este é um tratamento eficaz para muitos tipos de
fobias, incluindo fobia de dentista.
Outros tipos de terapia incluem a
terapia cognitiva e comportamental. A terapia cognitiva ajuda as pessoas a
desenvolverem estratégias práticas para superar a fobia do dentista. Na
psicoterapia, as pessoas são encorajadas a entender de onde seus medos vêm e
fazer as pazes com eventos difíceis no passado.
Outra opção é procurar clínicas e
centros especializados e participar de treinamentos individuais ou em grupo.
Muitas dessas clínicas estão localizadas em hospitais ou escolas de odontologia
ou psicologia.
Fonte texto inglês - site colgate.com
Inseri alguns comentários no texto original, se quiser citar este texto,
por favor revise o original no link indicado acima.
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