Pular para o conteúdo principal

Depressão e os antidepressivos

Depressão



https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=40Hkd47eNho


Os antidepressivos


Os antidepressivos foram desenvolvidos para bloquear vários aspectos do processo de transmissão sináptica nos neurônios que contêm serotonina, norepinefrina e dopamina no cérebro e, por isso, aumentam os níveis desses neurotransmissores. Com o aumento dos níveis dos neurotransmissores, o humor e as emoções devem se estabilizar e, talvez, voltar ao normal. Entretanto, como alguns desses neurotransmissores (como a norepinefrina) estão contidos nas vias neurais, em outras partes do cérebro e do sistema nervoso, alguns antidepressivos podem ter efeitos colaterais como mudança na pressão arterial (em inglês) e na produção de saliva. Além disso, como as vias envolvidas no TDM estão na parte inferior do cérebro e no tronco cerebral, os antidepressivos podem interferir em outras funções, como apetite,sono e função sexual.
Os antidepressivos são classificados de acordo com os neurotransmissores que afetam e a forma como afetam. Vamos analisar os diferentes tipos de antidepressivos.
Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
Os ISRSs, antidepressivos prescritos com mais freqüência, foram introduzidos em meados da década de 80. Os ISRSs bloqueiam o transporte da serotonina de volta à célula pré-sináptica. Essa ação aumenta a concentração de serotonina na fenda sináptica, elevando o estímulo das células pós-sinápticas. Os ISRSs incluem os seguintes medicamentos:
·         fluoxetina (ProzacTM)
·         paroxetina (PaxilTM)
·         sertralina (ZoloftTM)
·         fluvoxamina (LuvoxTM)
·         citalopram (CelexaTM)
·         escitalopram (LexaproTM)

Os diversos ISRSs são igualmente eficazes e tolerados pelos pacientes. Entretanto, ninguém reage da mesma forma, por isso, alguns pacientes podem sofrer mais efeitos colaterais com um tipo de ISRS do que com outro. A maioria dos antidepressivos é administrada mais de uma vez por dia. Mas a forma ativa da fluoxetina no corpo possui meia-vida longa (permanece por mais tempo) e, por esse motivo, os pacientes podem tomá-la uma vez por dia - minimizando a risco de esquecer uma dose. Em doses altas, a paroxetina e a sertralina interferirão na neurotransmissão da dopamina e da serotonina.
Para diminuir os efeitos colaterais que podem fazer com que o paciente interrompa o uso do medicamento, os médicos geralmente iniciam os ISRSs com doses baixas e, lentamente, aumentam até a dose desejada. Os efeitos colaterais incluem náusea (em inglês), tontura (em inglês), vertigem (em inglês), vômito (em inglês), insônia (em inglês), anorexia (em inglês),ansiedade (em inglês) e disfunção sexual.
Antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina
Os antidepressivos tricíclicos foram introduzidos no final da década de 50 e início da de 60. Como os ISRSs, esses compostos bloqueiam a recaptação da norepinefrina pela célula pré-sináptica, aumentando, assim, sua concentração na fenda sináptica. Os antidepressivos tricíclicos incluem:
·         nortriptilina (PamelorTM)
·         maprotilina (LudiomilTM)
·         desipramina (NorpramineTM)
·         amitriptilina (ElavilTM)
·         clomipramina (AnafranilTM)
·         imipramina (TofranilTM)

Os antidepressivos tricíclicos afetam os batimentos cardíacos e a pressão arterial, pois a norepinefrina também é um neurotransmissor utilizado pelo sistema nervoso autônomo que controla a pressão arterial e a freqüência cardíaca. Seus efeitos colaterais incluem hipotensão postural (pressão sangüínea abaixo do normal), taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), boca seca, retenção urinária e visão turva. Os antidepressivos tricíclicos não são usados com freqüência por apresentarem muitos efeitos colaterais. Entretanto, para os pacientes que não toleram os ISRSs ou outros antidepressivos, os tricíclicos são eficazes. Os médicos devem observar o paciente de perto para monitorar o aparecimento de efeitos colaterais graves.
Os antidepressivos tricíclicos são inibidores não-seletivos da recaptação de norepinefrina, pois suas estruturas químicas se assemelham à  norepinefrina. A reboxetina (EdronaxTM­) é um inibidor de recaptação mais específico, pois se fixa melhor no transportador da recaptação, mas não existe nos Estados Unidos.


Na próxima seção conheça mais alguns tipos de antidepressivos.


Como funcionam os antidepressivos
por Craig Freudenrich, Ph.D. - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Mais alguns tipos de antidepressivos
Inibidores de recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN)
Esses medicamentos foram introduzidos em meados da década de 90 e bloqueiam a recaptação da serotonina e da norepinefrina ligando-se aos transportadores desses neurotransmissores na célula pré-sináptica. Os IRSNs incluem:
·         bupropiona (WellbutrinTM) - bloqueia a recaptação da dopamina e da norepinefrina
·         duloxetina (CymbaltaTM)
·         venlafaxina (EffexorTM)
Os efeitos colaterais desses medicamentos são semelhantes aos dos ISRSs, porém mais fracos. A bupropiona e a duloxetina, em particular, têm efeitos colaterais mínimos nas áreas de disfunção sexual e em relação a aumento de peso.


Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO)
Uma enzima chamada de monoamino-oxidase pode degradar a serotonina e a norepinefrina na fenda sináptica e na célula pré-sináptica. Os IMAOs bloqueiam essa degradação, aumentando a concentração dos neurotransmissores. As IMAOs incluem:
·         fenelzina (NardilTM)
·         tranilcipromina (ParnateTM)
·         selegilina (EldeprylTM)
·         isocarboxazid (MarplanTM)
·         moclobemida (ManerixTM)
Em virtude de esses medicamentos poderem interferir na norepinefrina, podem apresentar efeitos colaterais cardiovasculares. Mais freqüentemente, os pacientes devem limitar o consumo de alimentos que contêm tiramina, pois os medicamentos interagem com a tiramina para causar a crise hipertensiva (em inglês). A tiramina pode ser encontrada em alimentos como molho de soja, chucrute, fígado de galinha e de boi, queijo envelhecido, lingüiça, carne e peixe defumados, iogurte, uva-passa, figo e creme de leite. Os pacientes também devem evitar o consumo de álcool enquanto estiverem tomando esses antidepressivos. Devido a essas interações, os médicos não prescrevem essa classe de antidepressivos com tanta freqüência como outras.
Inibidores de recaptura/antagonistas da serotonina-2 (IRAS)
Alguns desses compostos foram introduzidos em meados da década de 80, e outros ainda mais recentemente. Os IRAS bloqueiam os efeitos negativos na secreção da norepinefrina e da serotonina pela célula pré-sináptica. Essa ação aumenta as concentrações desses neurotransmissores na fenda sináptica. Eles também bloqueiam alguns receptores de serotonina na célula pós-sináptica, o que melhora a neurotransmissão da serotonina. Esses compostos incluem:
·         mirtazipina (RemeronTM)
·         trazodona (DesyrelTM)
·         nefazodona (SerzoneTM)
·         mianserina (BolvidionTM)
Os efeitos colaterais mais comuns são sonolência, boca seca, aumento de apetite e de peso.

Lembre-se de que os antidepressivos disponíveis têm praticamente a mesma eficácia no tratamento do TDM. Então, as escolhas são feitas com base na idade do paciente, histórico familiar, tolerância ao medicamento, efeitos colaterais e respostas anteriores a antidepressivos.

Fonte: Howstuffsworks

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Terapia Comportamental Dialética - DBT

A terapia comportamental Dialética (em inglês Dialectical Behavior Therapy - DBT) é um tratamento indicado para Transtorno Boderline e outros transtornos que envolvem estados emocionais intensos e descontrole de impulsos. Em janeiro de 2017, participei do curso de introdução para terapeutas DBT. Para resumir o que significa essa forma de tratamento, traduzi o texto que está na página do site Behavioral Tech. Para quem domina o inglês, estão postados diversos vídeos com explicações teóricas e depoimentos da própria autora  Marsha Linehan .    link para o texto em inglês:  http://behavioraltech.org/resources/whatisDBT.cfm Marsha Linehan O que é DBT? A terapia comportamental dialética (DBT) é um tratamento cognitivo-comportamental que foi originalmente desenvolvido para tratar indivíduos cronicamente suicidas diagnosticados com transtorno de personalidade boderline e agora é reconhecido como o padrão ouro no tratamento para esta população. Além disso, a pesquis

Psicodiagnóstico Cognitivo-Comportamental

O psicodiagnóstico realizado na área cognitivo-comportamental tem o propósito de avaliar o comportamento e sua relação funcional com o ambiente.  A noção de comportamento nesta abordagem refere-se a um conceito amplo onde o comportamento não significa apenas uma ação física ou verbal, mas sim uma relação complexa entre pensamentos, ações e sensações dentro de contingências reforçadoras ou punitivas. Na abordagem comportamental os sintomas são descritos como comportamentos disfuncionais que apresentam determinados padrões. Muitos destes padrões são descritos nos manuais de transtornos mentais (DSM e CID), que acabaram servindo de referência para definições diagnósticas e comunicação clara entre profissionais da saúde. O psicodiagnóstico possibilita que o profissional conheça as variáveis envolvidas na queixa do cliente e estabeleça as diretrizes de tratamento de acordo com sua linha de atuação.          Na prática clínica a entrevista é utilizada para que o profissional possa re

Terapia Cognitivo-comportamental em dependência química

Revista Brasileira de Psiquiatria ISSN 1516-4446  versão impressa Rev. Bras. Psiquiatr. v.26 supl.1 São Paulo maio 2004 Terapias Cognitiva e Cognitivo-Comportamental em dependência química Cláudio Jerônimo da Silva I ; Ana Maria Serra II I Unidade de Pesquisa em Álcool e Droga (UNIAD) – Departamento de Psiquiatria – Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM) e Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva (ABPC) II Instituto de Terapia Cognitiva (ITC) - São Paulo e Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva Endereço para correspondência RESUMO Este artigo descreve o estado atual da Terapia Cognitiva, Comportamental, Prevenção de Recaída e Treinamento de Habilidades no tratamento de usuários de drogas. O objetivo é apresentar uma revisão sobre teorias e técnicas da Terapia Cognitiva e outras abordagens que dela derivam. Terapias Cognitiva e Comportamental, bem como Prevenção da Recaída e Treinamento d