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Narcóticos Anônimos e Habilidades Sociais- Rosana Portes

Autor: Rosana Portes de Miranda – Resumo TCC
Especialização em psicologia clínica e saúde – Faculdade Evangélica do Paraná

RESUMO

Este artigo apresenta o resumo da pesquisa que objetivou verificar como a recuperação de adictos, e mais especificamente a prática dos doze passos em Narcóticos Anônimos (NA), estaria relacionada ao desenvolvimento de Habilidades Sociais. Para tal finalidade foi realizada uma entrevista semi-estruturada que seguia a seqüência dos passos do programa de NA. Uma outra questão foi elaborada para verificar a percepção do adicto sobre o aspecto do programa que ele considerava mais contribuir na sua recuperação. Participaram cinco adictos da cidade de Curitiba-Pr que estavam sem usar álcool ou drogas há pelo menos um ano e que freqüentavam regularmente as reuniões de NA. Os dados revelaram que a prática dos doze passos desenvolve habilidades sociais e implica em alterar valores e padrões de relacionamentos.

PALAVRAS-CHAVE: dependência química, habilidades sociais, narcóticos anônimos, tratamento de adictos, altruísmo.
  
ABSTRACT

This article presents the summarize of a research to be verified how the addict recovery, and more specifically the practice of the twelve steps at Narcotics Anonymous (NA), was related to the development of Social Skills. To reach this aim a semi-structure interview was made following the steps of Narcotics Anonymous program and another subject was elaborated to verify the addict’s perception about the aspect of the program that he or she considered to be of greatest help in his or her recovery. Five addicts from Curitiba/Paraná participated with the condition to be in abstinence of alcohol and drugs for at least a year and who regularly attended the narcotics anonymous meetings. The data demonstrated that the practice of twelve steps develop social skills and implies in changing values and relationship standards

KEY-WORDS: chemical dependence, social skills, narcotics anonymous, addict treatment, altruism.

 Introdução

        A intenção desse artigo é transmitir o resultado de uma pesquisa que realizou uma leitura cognitivo-comportamental dos processos envolvidos na recuperação de adictos nos grupos Narcóticos Anônimos (NA). Os objetivos que motivaram a realização da pesquisa com adictos frequentadores do NA foram: verificar a percepção do adicto sobre a sua recuperação; investigar quais habilidades sociais eram importantes na prevenção de recaída de substâncias químicas; verificar quais aspectos do programa Narcóticos Anônimos promoviam o desenvolvimento de habilidades sociais; conhecer a dinâmica do programa Narcóticos Anônimos e como favorecia a recuperação de adictos.

      Na revisão dos estudos da psicologia cognitivo-comportamental sobre adicções os dados apontaram que os tratamentos baseados em internamento eram efetivos no que se referia à abstinência da droga, porém tornava-se difícil uma análise posterior da permanência desta abstinência e a qualidade nas relações sociais dos indivíduos que se submetiam a esta modalidade.

   Em Bandeira (1993) foram citadas pesquisas que demonstravam que a adesão a tratamentos após a alta hospitalar era um fator importante para diminuir as re-internações. O recurso bastante procurado e que demonstrava resultados positivos na recuperação de adictos era a participação em grupos, incluindo-se aqui o Narcóticos Anônimos.

     O pesquisador Griffith (1997), estudioso do AA nos E.U.A,  afirmou que este  programa baseado nos 12 passos não oferecia apenas uma forma passiva de preencher o tempo, mas a possibilidade de um engajamento ativo em padrões de vida novos e recompensadores. A pesquisa propôs uma análise destes grupos para verificar se este engajamento ativo citado por Griffith (1997) incluía a aquisição de comportamentos socialmente habilidosos. Se déficits em habilidades sociais estavam associados ao uso de substâncias psicoativas (Del Prette e Del Prette, 2002) a aquisição dessas habilidades na vida adulta poderia ter relação com a construção desses novos padrões recompensadores?

O programa Narcóticos Anônimos

    O programa Narcóticos Anônimos é popularmente conhecido por favorecer o adicto na manutenção da abstinência total de substâncias químicas. Estes grupos baseiam-se no modelo de dependência química como doença e consideram que a única alternativa possível de recuperação é a abstinência total da droga.
    A literatura específica do grupo Narcóticos Anônimos (NA) tem origem americana e apresenta os mesmos princípios e regras de funcionamento do Alcoólicos Anônimos (AA) através dos 12 passos e das 12 tradições. A filosofia dos grupos AA e NA segue princípios baseados principalmente na experiência de recuperação de adictos que alcançaram a abstinência. Estes princípios envolvem a prevenção de recaída, o desenvolvimento da aceitação das limitações perante a droga (substância de abuso), mudanças de hábitos e desenvolvimento de uma espiritualidade não necessariamente religiosa.
   Os dados referentes ao programa ou irmandade Narcóticos Anônimos (NA) foram encontrados em publicações internas (1993, 1998 e 2005) e no site oficial do grupo. O programa Narcóticos Anônimos (NA) é descrito como uma associação comunitária de adictos a drogas em recuperação e tem sua origem no Alcoólicos Anônimos (AA). Apesar de possuírem a mesma origem e seguirem as mesmas regras e princípios, é bastante enfatizada a distinção entre os grupos, já que AA tem o foco exclusivamente na recuperação do alcoolismo, não abrangendo todas os detalhes da realidade vivenciada pelo uso de outras drogas.
    O programa NA é organizado localmente na forma de grupos autogeridos e auto-sustentados que seguem um conjunto de princípios comuns, adaptados dos Doze Passos e das Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos.
      Os passos e as tradições estabelecem a forma de tratamento e as regras de funcionamento do grupo respectivamente. Todos os grupos formados no mundo inteiro seguem essas mesmas diretrizes (princípios) e mantém o anonimato dos integrantes.
       O primeiro grupo de Narcóticos Anônimos no Brasil estabeleceu-se em 1985, no Rio de Janeiro e os dados mais recentes apontavam que em abril de 2007 existiam no Brasil 634 grupos cadastrados.
      Nas reuniões dos grupos, cada membro partilha experiências pessoais com os outros buscando ajuda, não como profissionais, mas como pessoas que tiveram problemas similares e encontraram uma solução.
     A abstinência apresenta-se como pré-requisito para o que eles consideram o mais importante: a procura de uma mudança abrangente nas atitudes e estilo de vida. A visão do grupo sobre a recaída dos membros não se apresenta de modo punitivo e nem mesmo fortemente negativo, ou seja, a "recaída" é vista às vezes como uma parte necessária no processo de adicção/recuperação para muitos indivíduos.
      O NA apresenta-se como um programa de recuperação e declara que não está respaldado por pesquisas científicas, mas por resultados observáveis na qualidade de vida do adicto que conseguindo parar o uso e seguindo os princípios adotados relata satisfação e crescimento pessoal.
  
Entendendo o conceito de Habilidades Sociais

     Bolsoni-Silva (2002) em estudo de revisão sobre o tema afirma que a origem do movimento das Habilidades Sociais (HS) é freqüentemente atribuída a Salter (1949), considerado um dos pais da terapia comportamental, o qual promoveu técnicas para aumentar a expressividade verbal e facial descritas em seu livro Conditioned Reflex Therapy.
      O termo comportamento assertivo foi utilizado por Wolpe em 1958 e referia-se à expressão de sentimentos negativos e defesa dos próprios direitos (Caballo, 1996, citado em Bolsoni-Silva, 2002).
   O termo Habilidades Sociais (HS) refere-se à existência de diferentes classes de comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar de maneira adequada com as demandas das situações interpessoais. Já o termo competência social (CS) tem sentido avaliativo e remete aos efeitos do desempenho social nas situações vividas pelo indivíduo.
     Del Prette e Del Prette (1999), citando McFall (1982), concordam que a habilidade da pessoa para regular suas atividades psicológicas pode ter um papel significativo nas interações sociais e influenciar julgamentos sobre sua competência social.
       É importante apresentar distinções apontadas por Gerk-Carneiro (2003) sobre inteligência social, já que a autora afirma que diversos estudos estão aproximando o conceito de inteligência aos satisfatórios desempenhos sociais e que o conceito deixou de ser conceituado como uma capacidade meramente acadêmica.  Este conceito integrado refere-se à capacidade pessoal de atingir metas valorizadas e/ou desejadas e superar desafios particulares.  Nestes estudos apresentam-se mais diferenciações, pois o conceito de competência social envolve a execução de várias habilidades sociais, principalmente aquelas de enfrentamento. O conceito de inteligência refere-se às capacidades que envolvem pensamento e compreensão que são imprescindíveis na execução daquelas habilidades.
       As habilidades sociais dentro deste contexto aparecem como classes de comportamentos que compõem termos mais complexos como o de competência social. Uma pessoa socialmente competente necessita ter habilidades sociais e aplicá-las nas suas interações, realizando tarefas adequadamente e atingindo objetivos desejados.
    Para Caballo (1999) uma adequada conceitualização do comportamento socialmente habilidoso implicaria em um detalhamento de três componentes: uma dimensão comportamental (tipo de habilidade, comum a todos os indivíduos), uma dimensão pessoal (variáveis cognitivas que variam de pessoa a pessoa) e uma dimensão situacional (o contexto ambiental que também leva em conta aspectos culturais).
        Na revisão de estudos sobre Habilidades Sociais em Carneiro e Falcone (2004) afirma-se que as interações sociais bem sucedidas incluem a manifestação de habilidades conhecidas na literatura: assertividade, empatia e capacidade de solucionar problemas interpessoais.
          Del Prette e Del Prette (2001b) afirmam que é duvidosa a possibilidade de uma listagem de classes de habilidades sociais exclusivas para determinados contextos, pois tanto os eventos, como as situações que variam continuamente, criam a necessidade de alterações correspondentes no desempenho das pessoas. De qualquer modo, os autores sugerem classes e subclasses de habilidades sociais em diferentes graus de complexidade que podem ser utilizadas de acordo com as demandas sociais.
           Os estudos mais recentes desses autores possibilitaram a organização das habilidades em sete grupos distribuídos em quatro níveis de complexidade crescente. A organização das habilidades em diferentes conjuntos tem como base a análise do seu conteúdo e funcionalidade, mas não exclui algumas sobreposições inevitáveis devido à variabilidade e a complexidade das relações interpessoais. Os conjuntos de habilidades estariam dispostos nos seguintes grupos: automonitoria; habilidades de comunicação; habilidades de civilidade; habilidades assertivas, direito e cidadania; habilidades empáticas; habilidades de trabalho e habilidades de expressão de sentimento positivo.
        O automonitoramento é descrito pelos autores como uma habilidade metacognitiva e afetivo-comportamental pela qual a pessoa observa, descreve, interpreta e regula seus pensamentos, sentimentos e comportamentos em situações sociais.
      Sobre comunicação pode-se diferenciar a verbal, que é mais consciente, explícita e racional daquela não verbal que complementa, ilustra, regula, substitui ou se opõe à verbal.
        As habilidades sociais de civilidade incluem aquelas relacionadas à boa educação, modos culturalmente aceitos como cordiais.
         As Habilidades assertivas e de enfrentamento referem-se à manifestação de opinião, concordar ou discordar, fazer ou aceitar pedidos bem como recusá-los, desculpar-se e admitir falhas, estabelecer relacionamento afetivo/sexual, encerrar relacionamento, expressar a raiva e pedir mudança de comportamento, interagir com autoridades e lidar com críticas.
         O termo empatia na classificação de Del Prette e Del Prette (2001b) é considerado como a capacidade de compreender e sentir o que alguém pensa ou sente em uma situação de demanda afetiva, comunicando-lhe adequadamente tal compreensão e sentimento.
            Essas habilidades empáticas foram apontadas por Gomide (2003), como importantes na relação entre mães e filhos. A autora citou estudos que indicam que quando as mães conseguem ouvir, colocam-se no lugar dos filhos e demonstram compreensão e apoio, incentivam comportamentos pró-sociais nos filhos.
           As habilidades sociais profissionais são descritas por Del Prette e Del Prette (2001b) como aquelas que objetivam o cumprimento de metas, a preservação do bem- estar da equipe e o respeito aos direitos de cada um.
        Habilidades de expressão de sentimento positivo relacionam-se com valores e atitudes e expressam-se através do estabelecimento de vínculos de amizade onde normalmente as interações são de natureza cooperativa e a crítica franca trocada de forma construtiva. Manifesta-se também através da solidariedade que se define como uma identificação com o outro e suas diferenças, na compreensão de sua história e do ambiente em que vive e na disposição para oferecer ajuda.

Conexões entre habilidades sociais e altruísmo e solidariedade

        Compreendendo o conceito de “habilidades de expressão de sentimento positivo” é possível perceber similaridades ao que muitos autores estudam como altruísmo e solidariedade nas ciências sociais e na psicologia evolucionista. Os autores Del Prette e Del Prette (2001b) também afirmam que a solidariedade é uma característica do desenvolvimento evolutivo do homem e está ligada à sua sobrevivência. Para Wright (2006) a seleção natural estudada por Charles Darwin não faz julgamento moral de ações para determinar quais serão transmitidas pelos genes para gerações futuras. Os atos (e não os sentimentos e pensamentos) orientam diretamente o transporte dos genes, ou seja, aquilo que foi feito e foi benéfico para a sobrevivência é “copiado” e não os desejos, intenções ou análises. Porém, ainda é questionável a transmissão dessas características pela via genética. Os estudos apontam para padrões culturais que seguiriam uma lógica de sobrevivência parecida, porém que só seriam adotados através das regras sociais dentro de grupos.
            Nesta afirmação é possível traçar paralelos com a premissa comportamental onde as conseqüências do comportamento são os fortalecedores de condutas, sentimentos e pensamentos. O autor Wright (2006) propõe que de alguma forma o altruísmo, mesmo aquele que extrapola as fronteiras familiares, foi benéfico para a sobrevivência da nossa espécie. Portanto, sendo uma característica da nossa espécie favorável à sobrevivência e a convivência harmoniosa entre grupos, pode ser umas das habilidades mais importantes a serem restabelecidas em grupos desviantes e autodestrutivos.
            Este é um dado social relevante, pois apesar da expressão de sentimentos positivos aparecer como uma característica favorável para nossa espécie, muitos grupos demonstram que nem sempre ações altruístas serão fortemente benéficas para alguns indivíduos em determinados contextos. Em grupos desviantes ações solidárias ou bondosas podem ser vistas negativamente impedindo o indivíduo de manifestá-las. Nestes grupos pode ser valorizado a agressividade, a hostilidade, a busca de satisfação pessoal, a falta de compromisso com o bem estar de outras pessoas e a frieza em relação ao sentimento alheio.
           Na literatura do NA são orientadas ações opostas ao egoísmo, e voltadas às expressões afetivas e solidárias. O grupo enfatiza a necessidade de resgatar valores como a honestidade, a ponderação nas condutas e pensamentos e o respeito pelos sentimentos e crenças das outras pessoas. Os resultados citados na literatura do programa de recuperação proposto pelo NA indicam que desenvolver tais valores e promover essas condutas são fatores importantes na recuperação de adictos.

Método

         A pesquisa foi um estudo exploratório, descritivo, de cunho qualitativo, realizado com uma amostra intencional através de entrevista semi-estruturada.

Participantes

          Participaram da pesquisa cinco adictos da cidade de Curitiba no Paraná, freqüentadores das reuniões de NA e em abstinência de drogas há pelo menos um ano. A média de idade variou entre 25 e 40 anos e o nível de escolaridade variou entre médio incompleto e superior completo.

Instrumentos

            Foi realizada uma entrevista semi-estruturada, baseada nos doze passos que norteiam os grupos do NA. Considerando que o participante já possuía conhecimento teórico de todos os passos, mas não necessariamente os praticava (colocava os conhecimentos em prática) foram feitas duas questões por passo:

            Primeira: Como você descreve este passo do NA?
            Segunda: O que você aprendeu neste passo?
          Posteriormente foi feita outra pergunta mais ampla que pudesse apontar outros aspectos da programação do NA que também auxiliassem na aquisição de habilidades sociais e na manutenção da abstinência:
            Terceira: Qual aspecto do NA mais contribui na sua recuperação?

Procedimentos


Procedimento de análise dos dados


     Foram selecionados trechos dos relatos dos participantes que indicassem o desenvolvimento de habilidades sociais de acordo com o modelo de Del Prette e Del Prette (2001b). Os trechos selecionados foram categorizados para uma definição mais precisa da habilidade envolvida e foram desenvolvidos quadros demonstrativos correlacionando quais habilidades foram citadas e quantos participantes as citaram. Os dados levantados nas entrevistas foram analisados e correlacionados com o conceito de Habilidades Sociais adotado pelos autores Del Prette e Del Prette (1999, 2001b) e foram submetidos às interpretações de autores cognitivistas e comportamentais que ofereceram maiores esclarecimentos sobre a aprendizagem proporcionada nesses grupos.


Resultados e Discussão

            Todos os participantes entrevistados explicaram como descreviam cada passo e o que aprenderam em cada passo. Uma das primeiras constatações da pesquisa foi perceber que a freqüência nos grupos não significava dizer que todos os passos eram realizados por todos adictos. Isto possibilitou a constatação de que o adicto consegue a abstinência de drogas realizando primeiramente o passo número um, que se refere a admitir a impotência em relação à droga. Todos os onze demais passos referem-se à recuperação propriamente dita que implica em mudanças de hábitos (prevenção de recaída).
           Todos os participantes afirmaram que o significado dos passos é de conhecimento geral do grupo e mesmo que algum membro não se dedique à leitura dos 12 passos, a simples presença nas reuniões com as trocas de experiências (partilhas) proporciona a noção do significado do passo e também da forma de executá-lo. Estes dados mostram claramente o que Bandura (1986) afirma como capacidade para aprender através de observação que permite as pessoas ampliarem o seu conhecimento e habilidades com base na informação exibida e de autoria de outros. Nos grupos Narcóticos Anônimos o respeito à fala dos participantes é extremamente valorizado e a aprendizagem apenas com a escuta dos depoimentos é um dos pontos fortes apresentados pelo grupo.
            As habilidades de comunicação são desenvolvidas extensivamente, porém como é condição necessária para assertividade e para falar em público não foram destacadas na análise das entrevistas. Quando os entrevistados demonstravam tais habilidades mais complexas a habilidade de comunicação era subentendida. Na análise foi considerada habilidade de comunicação apenas dar e receber feedback, pois estas habilidades incluem não apenas verbalizações, mas enfrentamento das reações emocionais geradas pela fala de outros e pela própria fala. A pesquisa demonstrou que essa capacidade é bastante significativa na recuperação, já que muitos adictos entrevistados costumavam evitar as opiniões dos outros ao seu respeito e também costumavam omitir suas reais opiniões a respeito dos outros. Muitos adictos também afirmaram que usavam o álcool para adquirir coragem para fazer ou dizer algo delicado para alguém.
            A habilidade social mais citada no relato dos participantes foi a de automonitoria que é condição importante no autoconhecimento. Demonstrou-se que todos os passos promoviam uma auto-observação (de comportamentos abertos e encobertos) em diferentes sentidos. Esta habilidade destacou-se como a mais importante no processo de recuperação, pois permite a autocrítica e também o reconhecimento de emoções e reações ao ambiente. As reuniões também estimulam a auto-observação quando não permitem julgamento da fala de outros participantes. Deste modo cada pessoa deve ouvir com empatia o depoimento de outros e perceber as próprias experiências e relatá-las ao grupo.
              Para um entendimento detalhado de quais habilidades sociais cada passo desenvolve ou estimula será apresentado o título do passo de acordo com a literatura da irmandade e a análise das respostas dos entrevistados.

         Passo 1: Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis

         Este passo permite a auto-observação para aceitar o descontrole em relação às drogas e sobre a vida de um modo geral. Esta auto-observação inicia o desenvolvimento do autocontrole, já que primeiramente o comportamento é visto, depois analisado e depois passa a ser supervisionado (automonitoria).
           Desenvolve também o primeiro movimento para a escuta empática para a identificação com os sentimentos dos outros e percepção de semelhanças que demonstrem o próprio descontrole (comparações subjetivas).
            “Você sente que não precisa mais lutar contra a adicção, você tem que aceitar isso e entender que você não tem controle da sua vida.” Relato da entrevista - P2
           
       Passo 2: Viemos a acreditar que um poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

         Este passo permite que o adicto aprenda a pedir ajuda aos outros ou a seu poder superior. Para recuperar a sanidade é estimulado a lembrar deste estado observando ações positivas passadas e presentes (assertividade e automonitoria).
             Alguns relatos demonstram a aquisição de comportamentos morais decorrentes dessa observação e da aquisição ou restabelecimento de princípios espirituais. As habilidades de expressão de sentimento positivo e empáticas manifestam-se quando retomam ou estabelecem crenças em relação a um poder superior. 
           
            Passo 3:  Decidimos entregar a nossa vontade e as nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira que nós o compreendíamos. 

            Segundo os relatos significa aprender que as mudanças necessárias devem ser feitas nos próprios comportamentos e deve-se evitar tentar alterar o mundo e as pessoas pela sua vontade (autocontrole – automonitoria). A aceitação da própria realidade exercita também a aceitação dos outros que é uma habilidade empática importante já desenvolvida no passo dois.
            “Quando você começa a aceitar a vida como ela é, começo a mudar minha concepção da realidade. Eu não preciso mudar minha realidade, mas sim como lido com ela.” Relato da entrevista - P2

        As habilidades Educativas e de expressão de sentimento positivo começam a ser desenvolvidas, pois os adictos substituem a necessidade de mudar os outros pelo servir de exemplo para os outros e assim começam a refletir sobre como suas condutas podem influenciar na melhoria de outros adictos. 
           
            Passo 4: Fizemos um profundo e destemido inventário moral de nós mesmos. 

           Os adictos passam a analisar seu passado. Identificam ações e sentimentos e a relação existente entre eles. Nos relatos são citadas habilidades de automonitoria na observação dos padrões de comportamento e assertividade quando o participante percebe a necessidade de expressar esses sentimentos negativos para alguém e espera dele uma escuta empática (a necessidade assertiva estimula a empática).

            “Identifiquei que eu tinha muita raiva da minha mãe. Hoje eu consigo identificar que o sentimento que eu tenho por ela é raiva. Eu falo que perdoei, mas não perdoei e é muito importante que eu fale disso no grupo como estou falando aqui.” Relato da entrevista - P4
           
            A empatia manifesta-se também no respeito ao outro, pois conhecem melhor a si mesmos e passam a não julgar os demais. Surgem necessidades de pedir e aceitar feedbacks e revela-se uma característica importante do grupo: feedbacks só devem ser dados quando solicitados e devem ser sempre encarados como sugestões e não como verdades.   

            Passo 5: Admitimos a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano a natureza exata das nossas falhas.

        É a continuidade do passo quatro, porém exercitando habilidades assertivas mais complexas, pois é admissão de todas as falhas identificadas no passo quatro para o poder superior, para si mesmo e para outro ser humano.
            Gomide e Weber (2004), citam um importante estudo de Aronfreed (1961, 1963), onde revelam-se três fatores que desde que desenvolvidos permitem comportamentos pró-sociais:  a autocrítica, a reparação do dano e a confissão.
            Um dos membros relata seu pedido de desculpa para sua mãe e demonstra que já no passo 5, reparações que são esperadas apenas no passo 9, já podem ser realizadas. Outro participante demonstra atenção, apoio, necessidade de reparar os danos e perdoar as falhas da mãe (habilidades empáticas, de expressão de sentimento positivo e assertivas).

            Passo 6: Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

            Neste passo é desenvolvido maior contato do adicto consigo mesmo e novamente uma disposição para pedir e aceitar ajuda aos outros (assertividade) e ao poder superior. Também são desenvolvidas habilidades de automonitoria, principalmente no reconhecimento dos próprios padrões e o desenvolvimento de autocontrole para permitir a remoção desses defeitos.

            Passo 7: Humildemente pedimos a ele que removesse nossos defeitos. 

            Os adictos passam a permitir que as opiniões das pessoas em quem confiam interfiram na sua vida diretamente (assertividade) e exercita-se a humildade, aceitando ainda mais os outros (empatia).
            Em um dos relatos é revelada a dificuldade que os adictos possuem, principalmente quando estão usando drogas, de falar de sentimentos e mais especificamente de sentimentos bons. Um participante relatou que passou a expressar sentimentos bons e aprendeu a discernir com mais clareza entre o certo e o errado (automonitoria). 

            “Perceber a parte boa requer essa tal humildade que muitas vezes é o mais difícil porque os padrões que eu tinha de mim na ativa, ser uma pessoa boa, sentimental era sinônimo de burrice, de ridículo.” Relato da entrevista -P5

            Neste passo os outros membros podem auxiliar na ampliação da percepção das ações que precisam ser modificadas, favorecendo o autoconhecimento.  

            Passo 8: Fizemos uma lista de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e dispusemo-nos a fazer reparações a todas elas.

            Segundo o relato de alguns participantes esse passo exercita o reconhecimento das ações prejudiciais do passado e também uma preparação para o ato assertivo de fazer reparações diretas no passo nove.
             A literatura do NA indica que esse passo é um exercício também de empatia, pois neste ponto da execução da lista o membro está pronto para compreender mais do que ser compreendido. Neste ponto o adicto precisa se colocar no lugar dos outros que prejudicou (empatia).
            Inicia-se uma disposição para enfrentar as pessoas que eles tinham prejudicado e também cabe a cada um identificar se está ou não preparado para isso (automonitoria).

          Passo 9: Fizemos reparações diretas a tais pessoas, sempre que possívelexceto quando fazê-las pudesse prejudicá-las ou a outras.

           O passo indica que os membros precisam reconhecer e admitir suas falhas e desculpar-se com aqueles prejudicados (automonitoria e assertividade). Além de desculparem-se precisam distinguir quando isso é possível e benéfico (leitura de ambiente que é pré-requisito para todas as habilidades).
      Este passo auxilia no melhor relacionamento do adicto com as pessoas de sua convivência, pois estabelece novos padrões de comportamentos reforçadores e não mais aversivos.

            “Hoje dificilmente eu ajo por impulso, pois quando fazemos isso é bem provável que prejudiquemos alguém. Hoje penso antes de tomar uma atitude e analiso as conseqüências.” Relato da entrevista - P3
           
           O pedido de desculpa sugerido no NA é semelhante ao definido pelos autores Del Prette e Del Prette (1999, 2001b) quando ressaltam que esse pedido deve ser uma ação direta e não apenas uma verbalização.
            Neste passo algumas ações sociais (solidárias) podem ser iniciadas, pois quando a reparação é inviável o adicto pode prestar serviços para a comunidade como uma forma de desculpar-se pelas suas ações no passado. O passo nove promove desta forma habilidades solidárias e práticas pró-sociais.
            A assertividade nem sempre é o melhor caminho, pois muitas vezes uma revelação pode gerar reações negativas em outras pessoas. Este passo também demonstra este cuidado do programa NA com a recuperação do adicto. 

            Passo 10: Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

            Nesse passo a automonitoria e a assertividade são as habilidades envolvidas. Del Prette e Del Prette (2001b) comentam que a monitoria do desempenho aumenta a probabilidade de alcançar uma boa competência social.

            “Eu consigo identificar sintomas de que eu estou tendo comportamentos que podem levar a uma futura recaída emocional, física, quando elas já estão nascendo.” Relato da entrevista - P1

            O passo faz com que o adicto mantenha-se em contato com seus sentimentos e avalie diariamente suas ações e como estas ações afetam as outras pessoas. Neste estágio o adicto está apto para reconhecer seus próprios padrões de comportamento e mudar a direção de suas ações, ou seja, a pessoa mesmo se pune e inclina suas ações para outra direção previamente reforçadas pelo grupo do NA.

            Passo 11: Procuramos através da prece e da meditação melhorar nosso contato consciente com Deus, da maneira como nós o compreendíamos, rogando apenas o conhecimento de sua vontade em relação a nós e o poder de realizar essa vontade.

            É um momento onde o participante passa a apreciar a recuperação, pois já houve uma ampliação do significado da vida.
            Pelos relatos é possível considerar que neste estágio o participante não precisaria mais se esforçar para ser empático, ou seja, torna-se algo natural na sua vida quando já deixou de controlar as situações e pessoas. A aceitação e o respeito já fazem parte de uma nova forma de compreender e viver a vida. 
            Este passo inicia também um movimento de doação. O adicto que vivenciou a recuperação passa a ajudar novos membros a seguirem a programação (habilidades educativas e de expressão de sentimento positivo).

            “Não adianta eu fazer tudo isso e continuar sendo uma pessoa egoísta. No décimo primeiro passo eu já estou olhando para o mundo sem querer interferir nele. A busca é me melhorar para ajudar os outros. E me pergunto sempre: as pessoas estão se interessando em ficar perto de mim? Estão me pedindo ajuda ou se sentem à vontade comigo?”Relato da entrevista - P1

            Passo 12: Tendo experimentado um despertar espiritual como resultado desses passos, procuramos levar esta mensagem a outros adictos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

            Neste passo os membros relatam a necessidade de alterar sua fala e direcionar o discurso para o adicto recém-chegado, demonstrando elevada empatia e solidariedade. Quando escolhem as falas mais adequadas exercitam também habilidades educativas e aprimoram a percepção do ambiente e do próprio discurso.
            Os adictos relatam grande disposição para ajudar (desenvolvimento de habilidades empáticas e de expressão de sentimento positivo) e aprendem a escutar e não interferir, a menos que peçam (autocontrole e estímulo da assertividade). Quando permanecem freqüentando e levando suas experiências como exemplo desenvolvem as habilidades educativas.

            “Quando retiramos alguém do mundo das drogas, a sensação é indescritível. Quanto mais pessoas em recuperação melhor para mim, mais pessoas para ajudar e mais famílias sofrendo menos desgraça no mundo.” Relato da entrevista - P2

          Para investigar outros aspectos relevantes dos grupos NA, os participantes responderam à terceira questão descrita no instrumento: qual aspecto do NA mais contribui na sua recuperação?

           Quadro 1: Respostas dos participantes à terceira questão da pesquisa: qual aspecto do NA  mais contribui na sua recuperação.

P1
É o não julgamento. É muito difícil, porque eu sou subjetivo. Não importa quem, que raça, o que fez (se matou mãe, pai). Essa condição do não se importar... se o ET entrar lá e abrir a porta, ninguém vai gritar, vão dizer: seja bem vindo! (risos). Tem um cafezinho ali (risos). Se a pessoa não toma consciência de que tem que parar de se julgar moralmente, ela mesma se destrói. Então o cara acaba buscando os próprios princípios, os valores dele. Só olhamos pra ver se condiz o que o cara diz e como ele age.

P2
Perceber, vislumbrar que eu posso me livrar de todas as coisas que me levavam a usar droga. Me livrar de todas as angústias que eu tinha antes de usar droga. Não preciso ficar guardando minhas angústias. Liberdade de ser quem eu sou. Antes sempre estava preso à aceitação dos outros.

P3
Pra mim esse é o aspecto principal: sentar e ouvir. Quase toda reunião que eu vou tem uma partilha que serve pra mim, quase toda. Tem muita reunião que eu não partilho, fico só ouvindo, porque às vezes preciso ouvir e não ficar falando.

P4

Escutar a experiência dos outros. Aprender com o exemplo e poder falar aquilo que sinto. Sentir apoio e amizade do pessoal.

P5
Não respondeu
        
 Fonte: entrevistas realizadas com os participantes entre agosto de 2007 e setembro de 2007.

     Um dado relevante é o NA estar sempre priorizando reforços em direção ao autoconhecimento e às condutas pró-sociais. Não existe punição (julgamento, penalidade, rejeição) de comportamentos, apenas reforço diferencial das condutas pró-sociais.
            NA proporciona a emissão de sentimentos de culpa e vergonha, porém decorrentes da própria observação e não como efeito colateral de ações coercitivas. O desenvolvimento desses sentimentos no caso dos adictos pode ser benéfico em determinado estágio do tratamento e pode ser o indicativo da aquisição de comportamentos morais.
        Quando não utiliza a punição o NA também incentiva a fala (descrição de comportamentos abertos e encobertos). O membro não teme as reprovações sociais e expressa livremente seus comportamentos e suas interpretações desses comportamentos. Skinner ressalta a importância dos comportamentos do ouvinte no reforço da autodescrição e conseqüente reforço da auto-observação: "só quando o mundo encoberto de uma pessoa se torna importante para as demais é que ele se torna importante para ela própria" (Skinner, 1982)
       Os passos podem ser considerados regras que quando praticados pelos membros tornam-se auto-regras que nortearão o participante desde que ele permaneça sobre as mesmas contingências, ou seja, mantenha-se no grupo e continue vivendo o programa.                       Ler o passo não é suficiente para a aprendizagem e seria o mesmo que dizer que somente as instruções não possibilitam a aprendizagem. Entender a teoria e aplicá-la na prática são processos diferentes e complementares. A prática dos passos necessita da experiência em grupo.

Conclusões

                Os passos desenvolvem habilidades sociais e tal confirmação indica que a aquisição dessas habilidades apresenta-se como um recurso importante na prevenção de recaídas.         
           O NA possui outras práticas além dos passos que favorecem a aquisição de habilidades sociais: aprendizagem por observação dos companheiros, os aspectos não coercitivos e acolhedores do grupo, o respeito às histórias e tempo de cada um e o incentivo de amplas práticas solidárias e educativas.
            É possível verificar que muitas habilidades ditas de expressão de sentimento positivo implicam na aquisição de valores, virtudes e moralidade. Pesquisas futuras precisam ampliar os estudos que abordam prioritariamente a aquisição de condutas pró-sociais na infância, para a investigação sobre o processo de aquisição desses comportamentos pelo adulto considerado desviante, já que estes são imprescindíveis no tratamento de adictos.
            Uma característica bastante relevante é que o NA não aborda a questão religiosa de modo dogmático. Ao abordar os princípios morais como princípios espiritualmente elevados conseguem a proeza de atingir até mesmo membros ateus ou agnósticos.
            A interpretação dos dados revelou que a prática dos passos é uma atividade individual mediada pelo grupo e só será realmente aprendida se executada coletivamente, ou seja, envolvendo partilhas e contato com membros mais antigos da irmandade. Revelou-se também que o membro do NA terá benefícios, mesmo que não siga os passos de uma forma ordenada e formal, pois pode adquirir a aprendizagem na convivência com o grupo.

Referências
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Para citar este artigo ver pesquisa na íntegra na biblioteca da FEPAR- PR:

MIRANDA, Rosana Portes de; ROCHA, Giovana Veloso Munhoz da. Relação entre o conceito de habilidades sociais e os doze passos do narcóticos anônimos. Curitiba, PR, 2007. 78 f.



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